quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Sussurro, Becca Fitizpatrick (Resenha)


Nora Grey é uma jovem garota que passa a maior parte do tempo sozinha em casa e que tem uma melhor amiga muito “louca” com quem ela compartilha a mesma mesa na aula de biologia. Até que um dia o professor resolve trocar as duplas e Nora se vê obrigada a ter como parceiro o atraente Patch. Logo nos seus primeiros minutos juntos ela percebe que ele sabe tudo sobre ela, enquanto ela não sabe nada sobre ele. No mesmo dia ela começa a sofrer atentados de um mascarado misterioso. Nora se vê ameaçada e algo lhe diz que Pacth esconde muita coisa dela, e que os atentados que ela sofre têm a ver com ele. Mas mesmo assim, ela se vê completamente atraída pelo seu misterioso parceiro de biologia. Uma atração perigosa, que pode leva-la a morte.

Ok. A fórmula pode até ser uma pouco parecida com a de outra série que nós já conhecemos, mas Sussurro não tem nada a ver com Crepúsculo.  Um parceiro de biologia atraente e misterioso, mas também no maior estilo bad boy. Confiante e gostoso, Patch é tipo de cara que sabe o poder que tem nas mãos e faz questão de exalar sedução. Não é a toa que a Nora se vê presa a ele de um jeito irremediável, mesmo com a possibilidade de ele ser o seu perseguidor misterioso. Ela é uma jovem de dezesseis anos e que nunca teve nenhum interesse nos meninos, mas com Patch é diferente. E uma ano antes perdeu seu pai assassinado. Mora com a mãe que passa dias fora trabalhando para sustentar as duas. Uma menina simpática e nem um pouco boba. Talvez um pouco sem sal, mas não é tão melodramática como outras que a gente conhece. (Abafa!) Gostei dela. A Vee é aquela amiga toda louca e nada boba, sempre quis que a amiga encontrasse um namorado, mas têm os dois pés atrás com o Patch. Sei lá, achei que ela foi menos amiga da Nora enquanto empurrava-a para cima do Elliot e quase pagou caro por isso. 

A narrativa toda em 1ª pessoa sob o ponto de vista da Nora também foi bem interessante. Um texto direto sem muita enrolação. Dava pra entender direito o que acontecia ao redor e manter o clima de mistério, mesmo que a certeza do segredo do Patch não fosse nenhuma dúvida na minha mente. Mas tinha outros pontos para conjeturar. Por exemplo, se era mesmo o ele o cara da mascara de esqui, porque todo esse interesse do Patch na Nora e porque queriam mata-la. Há também um pouco de humor no casal, que faz com a história dos dois não fique só no romance, nem no mistério. 

Enfim, para um primeiro livro, a Becca arrasou, e essa série realmente honra o sucesso que faz. Eu realmente demorei a procurar o livro pra ler, mas nunca é tarde pra encontrar uma leitura prazerosa, simples e incrível. Recomendo que leiam. Principalmente quem reclama que os romances de anjos/vampiros são modinhas semelhantes a Crepúsculo (Que eu até gosto um pouco). Porque Hush Hush vai fazer mudar de ideia.

sábado, 15 de setembro de 2012

ENTREGA



Despiu-se dos pudores da alma
Despiu-se do medo
Despiu-se das feridas do passado
Despiu-se da armadura que vestiu um dia
Despiu-se do sentimento de culpa
Despiu-se da mentira
Pôs-se nua perante o mundo
Não temeu a vergonha de perder
Não se preocupou em cair
Apenas ajoelhou-se diante a noite
Suplicou-lhe acolhida
Deixou o vento lhe soprar canções
Entregou a alma inteira
Pôs-se a sorrir a sua maneira
Cresceu e evoluiu?
Não. Ainda cresce
Mas entregou-se a verdade
Parou de só agradar
Deixou o véu branco cair aos pés
Levantou-se sobre o brilho do luar
E sem rumo caminhou

RECADO À POETISA



O que buscas senhorita?
O que tanto escreves poetisa?
O que há por trás do olhar discreto
E do sorriso tímido e incerto?

Será a certeza de não merecer
Ou a falta de um bem querer?
Será a evidente verdade
Ou a dor da negatividade?

Vamos menina! Encare o espelho
Não tente escondê-lo
Estás envolta pelo medo
Isso não é mais um segredo

Você joga palavras ao vento
E o coração segue doendo
Não pelo triste fel do amor
Nem pelo mel do seu sabor

Temes o silêncio do vazio
A triste falta de um arrepio
Temes a sensação de sentir
O impulso de não resistir

O desejo queima forte
Mas amar não é sorte
E você o espera como a uma loteria
Triste, amarga e sozinha

Dê uma chance a si mesma
Deixe a fogueira ser acesa
E a chama te curar
Deixe a alma encontrar

METAMORFOSE


Tocada pelo amor tão cedo
Seu coração sempre bateu sem medo
Levada por sonhos infantis
Aprisionada em um suvenir

Não se deu conta de que o tempo não para
Ou apenas fingiu que não passara
Enquanto escondia-se em seu casulo
A borboleta não viu o crepúsculo

O luar tocou-lhe o coração
As estrelas lhe estenderam a mão
Os fios do vento teceram o corpo
O brilho pousou sobre o fosco

Seus desejos foram adquirindo textura
Foi amadurecendo a ternura
Queimando como um incenso
Sua aura foi de rosa ao vermelho intenso

A noite trouxe a superfície uma mulher
Mas não lhe tirou a menina que é
E na espreita do amanhecer
Espera o beijo da luz lhe aquecer

LUAR INVEJADO



Invejo-te.
És tão linda e tão fascinante.
É musa na escuridão.
Invejo com dor a tua maneira de ser
Dona de si e de ser tão completa.
Ensines-me a seguir o teu caminho.
A me guiar na noite.
A ser independente e brilhar enquanto amo.
A esconder-me quando sofro.
Mostre-me porque fazes da noite negra e assustadora,
iluminada e confortante.
Como chamar admiradores.
Mostre-me como crescer e ganhar os céus.
Cure de mim essa inveja dolorosa
Da lua que sempre quis ser.