quarta-feira, 10 de julho de 2013

O Sonho

Dizem que o sonho é a manifestação do nosso subconsciente enquanto dormimos. O nossos desejos mais profundos e, por vezes, aparentemente adormecidos se manifestam ali. Mas as palavras que se atiraram a mim, desnorteando a minha razão, despertando-me em lágrimas e soluços diz que... "Quando não queremos admitir aos outros e à nós mesmos algo que já sabemos, isso se manifesta em sonho para nos confirmar. E ele veio seis dias depois que rompemos." Palavras que ecoam a cada segundo na escuridão e no silêncio.

Lembro-me em cada detalhe, o que frequentemente se perde na volta certa a realidade. Podíamos voltar no tempo, refazer nossos passos e quem sabe mudá-los. E eu me arriscaria a nos dar um novo começo, com mais coragem e sinceridade. Mas você logo veio, com aquele seu jeito que me enfeitiçou, despejando o que a essa hora se confunde em ambas definições. Aquilo que dói no meu peito fatigado, como se de repente a
pressão atmosférica se concentrasse nesse único ponto. E que afanou minha respiração e meus sentidos. Doeu, mas eu ainda não sei se por ser a verdade que eu me negava a enxergar, ou por ser um mero desejo oculto como uma faísca de esperança no meio da caverna de desalento. Num breve segundo tudo se fez claro. No outro eu havia retornado às sombras.

E se for verdade? Serei eu a culpada pela minha dor arrastada? Eu posso voltar no tempo e tomar o que é meu por direito? A verdade que eu temo nunca saber e que é o único elo que me prende a ti.

Não, talvez eu nunca descubra. Talvez tenha sido um delírio regado de verdades que por muito foram invisíveis a olho nú. O que ficou para trás, nas neblinas do tempo, nas palavras jamais ditas, não pode ser refeito. E se tornam as celas de suposições e teorias. Os tristes efeito que acorrentam os fracos e covardes. E a tortura que nos leva a esses sonhos reveladores. Qual definição se encaixa? Não sei. Mas as duas podem ser o alívio de uns e tormento de outros. Saber que ainda guarda um resquício de esperança  desafortunada. Saber que pôs tudo a perder num impulso inconsequente...

"Eu sabia! Eu sempre soube!"