sexta-feira, 26 de abril de 2013

Quando Fechos Os Olhos


Eu escrevi esse poema inspirada pelo conto "Dia dos namorados de Ariane", publicado no livro Apaixonados da escritora americana Lauren Kate. Esse livro é um adicional com quatro contos extra sobre a série Fallen. 
A história da Ariane e da Tess me inspirou e deu nisso aí. Espero que gostem.



Quando fecho os olhos eu lembro...

As tardes no tapete verde do campo
Do seu doce riso em meus ouvidos
Do seu toque macio em minha pele
Dos teus delicados lábios sobre os meus

Quando fecho os olhos, me vejo...

Onde fomos inteiramente felizes,
Antes do nosso ultimo adeus,
Presa no azul dos olhos teus,
No nosso primeiro beijo, desejo

Quando fecho os olhos e abro minhas asas...

Levanto voo buscando amenizar a dor
Mas não esqueço jamais o que ficou
Nosso amor vive em mim, e sempre viverá
Meu anjo, meu único amor

segunda-feira, 8 de abril de 2013

O Último Pôr-do-Sol

 

Do alto da colina observo o sol descendo lentamente no horizonte longínquo. A
brisa leve mexe com as folhagens do campo de tulipas vermelhas até encontrar
as  bochechas  rosadas  da  minha  face  fazendo  meus  cabelos  dourados
flutuarem como que por magia. Respiro o doce aroma das flores enquanto me
recordo dos momentos felizes que tive ali.
Há  um  ano  venho  a  este  lugar  em  busca  de  reviver  aqueles  breves  instantes
que parecem tão próximos, mesmo estando tão distantes. As imagens vêm aos
meus  olhos  como  se elas estivessem  vivas  ao  meu  redor.  Ouço  os  risos  e
quase  me  sinto inteira  novamente. Sinto  o  toque  de  seus  dedos  macios
entrelaçados  nos meus  e  o  calor  do  seu  corpo  encontrando  ao  meu  como  se
fossem reais.
Deito-me  na  grama  verde e macia  enquanto  avisto  o  céu azul  preparando-se
para sua transformação diária. Ou devo dizer noturna?  
Seria nesse momento em que nossos corpos estariam estendidos lado a lado
unidos  pelas  nossas  mãos  entrelaçadas  e  pela  força  mágica  do  nosso
amor.
Seria  naquele  momento  em  que  ele  viraria  seu  rosto  belo  e  perfeito  para
encarar  os  meus  olhos  com  os  seus dourados olhos.  Ele  diria  da  maneira  mais  sincera  e
delicada “Amo-te minha flor!”. Eu lhe daria um sorriso tímido e verdadeiro e
responderia com todo o amor que guardava em  meu peito: “Amo-te mais meu
anjo!”. Depois esperaríamos em silêncio no calor de um abraço a chegada do
pôr-do-sol como o casal de amantes que éramos.  
Isso  nos  dias  normais  em  que  passamos  juntos.  Nas  tardes  infinitas  em  que
amamos intensamente. Mas naquela última tarde de primavera a rotina tomara
um novo caminho. As últimas lembranças que vivem em minha mente não são
aquelas que sempre achei que teria. Estas são mais dolorosas e tristes. Aquela
seria  a  última  tarde  que  o  veria. Fecho  os  olhos  e  deixo  minha  mente  voltar
àquele pôr-do-sol .
Ele  inclinou-se  sobre  mim  e  pousou  seus  doces  lábios  sobre  os  meus  e  me
envolveu num abraço que de imediato notei ser inquieto. Questionei-lhe o que
havia mudado e ele apenas secou minhas lágrimas.
– Terei de ir minha flor. – sua voz era um lamento.
– Para  onde? – perguntei  temerosa.  Sentia  meu  coração  se  apertar  numa
antecipação de dor.
– Para o lugar de onde não poderia ter saído. – ele não olhou em meus olhos.
– O lugar onde deveria estar conformado em permanecer. 
– Sabes que o que dizes não é verdade. Não podes me deixar sozinha depois
de tudo que vivemos. De tudo que sentimos um pelo outro – o desespero em
minha voz crescia.
– Não posso mais ficar. Não posso nos condenar a uma semivida como a que
tenho a lhe oferecer. – sua voz era triste.
– Por quê? – era apenas um murmuro fraco, quase inaudível.
Com uma de suas mãos ainda agarradas a minha e a outra segurando o meu
rosto. Agora  que estávamos sentados de  frente  um  para  o  outro.  Seu  olhar
agora não estava mais baixo, ele estava firme preso nos meus. 
– Porque  te  amo  minha  Flor – eu  vi  em  seus  olhos que  ele precisava que  eu
soubesse isso como se sua vida dependesse disso.
– Então não vá. Fique comigo! – enlacei seu pescoço com meus braços finos e
afundei  meu  rosto  em  seu ombro agarrando-me  a  ele  com todas  as  minhas
forças – Daremos um jeito. Fugiremos para que não nos encontrem. Eu não me
importo de deixar tudo para trás.
– Não há como fugir. Eles virão e nos condenarão a separação para sempre. –
dizia enquanto me prendia em seus braços e enganchava seus dedos em meu
cabelo. 
Eu  já  podia  sentir  o  gosto  salgado  das  lágrimas  em  minha  boca. Eu  queria
jamais sair dali. Ficar para sempre agarrada ao meu único amor. Pois eu sabia
que se o soltasse ele partiria e jamais retornaria para mim.
Eu senti  seu  corpo  se  mexer  para  me  acomodar  em  outra  posição para  que
ficássemos  em  pé. Levantei a  cabeça e  me  afastei  o suficiente para poder
observa-lo e ver a tristeza inundando os seus traços suaves. A luz alaranjada
que  nos  envolvia  mostrava  que  o  tempo  estava  se esgotando.  No  horizonte  o
sol já estava encoberto dando vida e luz para outro lugar no mundo.
– Não me deixe, por favor. – supliquei uma última vez ainda com meus braços
em seu pescoço.
– Rosaline. Minha flor. E minha vida, eu lhe prometo que sempre estarei ao teu
lado,  mesmo  que  não... Possamos estar juntos... fisicamente. – as  palavras
saiam entrecortadas. – Pois eu não suporto a ideia de nunca mais vê-la.
– Então me  condenas  a  nunca  mais  vê-lo? – senti  uma  pontada  de  mágoa
subir a minha garganta.
– Não por muito tempo. 
A  noite  já  começava  a  cair  sobre  as  nossas  cabeças  e  eu  podia  sentir  o  fim
chegar  junto  com  a  escuridão.  Olhei  uma  última  vez  em  seus  olhos  que
brilhavam  dourados  e  vi  uma lágrima se  desprender  do canto  do  seu olhar
triste.
– Amo-te  minha  flor  por  todo  o  sempre. – E seus  lábios  pousaram  sobre  os
meus  enquanto  fechei  os  olhos  e  deixei-me  entregar  àquele  sentimento. 
Nossas bocas seladas num longo e doloroso adeus. 
Não sei  por  quanto  tempo  ficamos  assim. Alguns segundos,  minutos  ou  uma
eternidade. Lembro-me apenas quando ele parou o beijo e lentamente abri os
olhos para não mais vê-lo.
Naquela  época  a frase  ficou  presa  em  minha  garganta  enquanto  as  lágrimas
transbordavam de  meus  olhos  como  se  eu  pretendesse  encher  um  rio  inteiro
com a minha dor. 
Abri  os  olhos  e  agora  eu  estava  de  volta ao  presente. O crepúsculo chegara
com aquela cor meio alaranjada, meio rosada formando riscos no céu como se
fossem fitas espalhadas na imensidão que antes era azul claro. Acima das fitas
as primeiras estrelas apareciam trazendo a noite.
De  repente,  não  mais  que  de  repente  eu  senti  meu  coração  pular  e  eu
reconheci  aquela  sensação,  pois  a  tinha  sentido outras  vezes  mais noutra
época. 
Olhei distante para o topo da outra colina que era um pouco mais alta do que a
que  eu  me  encontrava. As mesmas  palavras que ficaram presas em  minha
garganta um ano atrás me encheram com a necessidade de pô-las para fora. 
– Amo-te meu anjo. – falei tão baixo que ninguém se não ele pudesse ouvir.
No  topo  daquela  colina estava  o  ser  mais  belo que  já  vi  em  minha  vida.  Nele
havia  um  brilho  dourado que  não  vinha  apenas  dos  seus  olhos,  mas  também
do  seu  corpo. Como se  a  sua  alma  inteira  se incendiasse por  mim.  Sobre  os
seus ombros um lindo e majestoso par de asas brancas e imponentes batiam
formando uma brisa que chagava até mim com todo o carinho que só ele tinha. 
Meu peito se encheu de alegria, pois ele cumprira o que prometera. Ele estava
ali ao meu lado. Mesmo que eu não pudesse vê-lo e tê-lo. Ele ainda me amava
e eu sempre o amaria.
A noite estava chegando e uma brisa leve chegou até mim enquanto ele batia
suas asas e se desvanecia à minha frente.
– Amo-te mais minha Flor.