Era uma vez, uma jovem menina. Seu nome pouco importa. Ela já sofrera muito por amor, mesmo amando tão pouco. Seus sonhos eram simples: ser livre, ser feliz, ser amada, encontrar-se, perder-se, amar. Ela chorou, brigou, odiou, sofreu, se arrependeu e prometeu “Não há espaço para amar e sofrer. Não quero isso nunca mais” Ela se reergueu e seguiu em frente.
Quando menos esperava, eis que a vida pregou-lhe uma peça. Ela passara dias tentando apena ser forte e nesses tropeços da vida, esbarrou num rapaz estranho. Dos braços da menina, os cadernos que guardava poesias foram-se ao chão. Ela apressou-se em recolher, levantou-se e grosseiramente ordenou que este comprasse óculos. Foi antipatia à primeira vista. Ambos saíram bravos. Mas o destino voltou a brincar com eles.
Certo dia a menina caminhava pela rua e entrou num sebo e ao se aproximar do balcão arrependeu-se de no mesmo instante. O rapaz fitou-a nos olhos e abriu um meio sorriso... “O que deseja senhora mal-educada?”. Ela detestou a “senhora” e a “mal-educada”. “Nada. Entrei na loja errada”. Saiu batendo a porta. Dias depois ela voltou a loja “Desejo saber se vocês tem os livros da série ‘Os Imortais’?” Não era ele que estava lá, mas sim uma senhora muito simpática. “Você tem sorte, acabamos de comprar os três últimos volumes lançados, qual você deseja?” Antes que ele percebesse a pergunta já havia saído de forma rápida e confusa: “Onde está o rapaz que estava aqui há alguns dias?”. “Ele está de folga” No dia seguinte ela voltou ao local e ele estava lá. A menina só queira provar que era superior. Ela voltou mais vezes e a antipatia foi se tornando amizade. Conversa vai, conversa vem os dois trocam um olhar. Os corações aceleram, falta o ar. É uma questão de segundos para que seus lábios estejam unidos.
Passa um determinado tempo e esse casal cresce e se separa. Outros meninos, outras meninas passam por suas vidas. Aí um dia, o reencontro. Ela não é mais só uma menina, ela já é uma mulher dona da vida. Ele não é mais só um rapaz, é um homem que trilha o seu caminho. E até mesmo o sentimento que uma vez eles sentiram não é o mesmo. A paixão virou amor. Eles reatam o namoro e ambos estão felizes. Numa noite ele a leva a um lugar lindo. A lua brilha redondamente linda. Ele ajoelha-se aos pés dela e lhe estende um anel. Nas vozes ansiosas, um pedido e uma resposta “sim”. A menina, a mulher, a noiva. Vestido branco, luvas numa renda delicada, flores brancas e violetas, coração a ser entregue. Ela entra na igreja, uma lágrima escapa no canto do olho percorrendo a bochecha rosada. Depois nasce uma princesinha, um principezinho. Uma família que começa a construir uma vida e amor que amadurece, cresce e se transforma. O destino é deles.
Não me julguem por ter feito algo tão perfeito. Tenho licença para tal ousadia. É apenas uma historinha. E se ela tiver que ser real, que seja. Eu só queria mostrar que não importa se você está sozinho agora. Se parece que tudo está perdido. Se você não acredita mais no amor ou se negas que ele existe. Pode ser na rua da sua casa, em outra cidade ou até mesmo em outro país. Haverá um encontro, haverá um olhar, haverá um beijo. E deixa que a vida se encarrega de todo o resto.
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